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sábado, 9 de novembro de 2024

Filme "A Substância", com Demi Morre

Tenho visto muitos filmes e falta tempo para comentar. Mas... tenho que falar do que eu assisti ontem: A Substância, com Demi Moore. E o filme é da diretora Coralie Fargeat que também escreveu o roteiro. Coincidentemente eu vi recentemente um curta que também é dela, chamado Reality+. E achei incrível. O interessante é que ambos os filmes dissertam sobre o mesmo tema: a questão da auto-imagem. Percebe-se que esta diretora tem uma estética muito particicular. Em A Substância, vemos uma fotografia incrível que expande toda a potência do debate sobre autoimagem, como também estiliza ao máximo o absurdo das situações. Deparamo-nos com essa estética que carrega bastante tudo de mais desagradável que vamos ver... sim, é preciso um pouco de estômago para ver o filme. Demi Moore está estupenda e se entrega ao ponto máximo nas nuances e matizes que dá ao seu personagem que se vê diante de diversos preconceitos relacionados à idade. Ainda estou com as imagens do filme na cabeça. É um filme que pode proporcionar diversas reflexões sobre o nosso mundo rendido a tantos procedimentos estéticos. Existem cenas grotescas e absurdas, mas que estão na tela para nos provocar mesmo. Eu achei a provocação necessária. E gostei muito do que vi. Como exercício cinematográfico é incrível. Eu recomendo. Assista... se você não tiver nenhum problema com coisas escatológicas rsrs

sábado, 12 de outubro de 2024

VITAL - O MUSICAL DOS PARALAMAS

Ontem foi a estreia de “VITAL - O MUSICAL DOS PARALAMAS”. Eu estava com uma expectativa bem grande, pois os Paralamas é uma banda que fez e faz parte da minha vida. Cresci com as canções e elas me trazem boas memórias. Então, estava bem curioso para ver o modo como seria abordada a história. E, de cara, digo, depois de conferir a estreia: o musical está bem interessante e divertido. E tem muitos acertos. Fora que a trilha já é algo que contagia a todos.
A primeira coisa que eu destaco é a interpretação de Rodrigo Sala que faz o Herbert Vianna. O cara praticamente incorporou os trejeitos de Herbert. E tanto a fala como o canto são surpreendentes. E fisicamente também lembra muito o vocalista. Em alguns momentos parece que estamos vendo o próprio. Uma coisa que arrepia de tão verossímil que é. O João Barone é interpretado por Franco Kuster e o Bi Ribeiro é interpretado por Gabriel Manita. E vale dizer que o elenco é muito bom. Não só cantando como interpretando. Vemos uma química especial entre todos em cena. O ator Pedro Balu que faz o Vital - primeiro baterista dos Paralamas - é fabuloso. Ele também narra o espetáculo em diversos momentos e tem a cena em que ele interpreta o Gilberto Gil, que é divertidíssima, quando citam a composição “A Novidade", que é assinada por Herbert e Gil. A escolha que fizeram para contar a história da banda parte do acidente do Herbert Viana em fevereiro de 2001, quando o ultraleve que ele pilotava caiu em Mangaratiba. No acidente, a sua esposa Lucy veio a falecer. Então, o que vemos a seguir no espetáculo praticamente é como se fossem flashes da memória do Herbert, já que esta foi abalada em função do acidente. Isso acaba justificando uma porção de saltos na história. E é quase como uma licença poética. E o tempo todo a cena se volta para o quarto de hospital onde está Herbert se recuperando. Uma parte interessante desses momentos é o contato que o Herbert tem com um paciente, que teve uma perna amputada por conta de um acidente, e ele acaba falando da sua paixão pela música e como se dá o seu processo, já que este paciente - muito bem interpretado por Herberth Vital (olha a coincidência do nome do ator!) - tem interesse em saber como nascem as canções. E isso já é um mote para Herbert falar sobre as suas paixões e desilusões amorosas. Aí entra uma primeira paixão, que é por uma garota chamada Alice. Eu acredito que é uma referência a Malu, que o Herbert namorou antes de Paula Toller, e que era a empresária do Kid Abelha. E para quem Herbert fez Meu Erro (desde já eu falo que o romance com Paula não é citado). E tem o momento em que o Herbert está lá sofrendo pela tal da Alice e entra a canção “Por Quase Um Segundo". Nessa hora eu levei um susto. Porque “Por Quase um Segundo" é uma canção feita para Paula Toller. E a peça estava ali no contexto de 1985. “Por Quase Um Segundo" é do disco “Bora Bora", de 1988. Mas… é aí que entra a questão que eu falei antes: tudo é como se fosse o Herbert tentando recuperar a sua memória. E até o Bi Ribeiro e o João Barone comentam situações, como se estivessem também montando esse quebra-cabeça da história dos Paralamas. E isso acaba justificando realmente tudo que se passa na peça e dá uma dinâmica interessante. Como eu disse também, o musical tem diversos acertos. No entanto, algumas coisas me incomodam por uma alta exigência da minha cabeça (risos). Lembro que quando eu vi o musical sobre o Cazuza, a banda, no caso o Barão Vermelho, era dublada o tempo todo - atores apareciam com os instrumentos, mas tinha uma banda tocando. E quando eu vi aquelas baquetas no ar, do ator que fez o Guto Goffi, deu-me um frio na espinha. Porque eram baquetas que não estavam sincronizadas com o som que a gente ouvia. Tipo, a mão direita quase nunca estava em sincronia com a caixa, por exemplo. E com o musical dos Paralamas acontece isso. Eles tem os seus instrumentos, mas tem uma banda tocando. Tanto que em vários momentos, eu olhava para a banda. É até engraçado e divertido quando apresentam o João Barone e o Bi e o Herbert pedem para ele mostrar o que ele sabe tocar. E o João Barone ergue as baquetas e faz diversos sons, com as baquetas no ar. E como são sons variados, com diversas viradas, o ator dá conta disso e, digamos, soa até criativo. Mas aí, mais a frente, em vários momentos, vi as baquetas soltas no ar. E eu tive que forçar a imaginação para comprar a parada. Até porque é um musical sobre uma banda que tem a melhor “cozinha” do rock nacional. E o batera não é nada mais nada menos do que João Barone. Mas, ok… vamos dizer que isso não compromete. E eu até entendo que pela movimentação no palco seria difícil ter uma bateria se deslocando, até porque a bateria do João Barone tem muitos elementos. Outra chatice minha. No momento do Rock In Rio de 1985, o João Barone e o Bi Ribeiro aparecem de short. O Herbert não. Sendo que, se eu não me engano, o ator que faz o José Fortes, empresário dos Paralamas, comenta que a banda ganhou a todos pela energia, pela competência e ainda usando short. Como se fosse, tipo “somos bons mesmos e vamos tocar com esse figurino de praia”. Afinal, o rock carioca foi rotulado no início como rock de bermuda. Pois bem… na verdade, o único que estava de calça no Rock in Rio de 1985 era o Bi Ribeiro. Os outros, de short. E eu queria muito ver o ator que faz o Herbert também de short. Reproduzindo de modo fidedigno o que foi aquele momento tão simbólico e importante na trajetória da banda. Afinal, eles reproduzem o lance de terem colocado umas palmeiras no palco (que pegaram no camarim), porque era um palco gigante e eles queriam preencher com algo que parecesse um cenário. E tem também o discurso potente do Herbert, alfinetando a galera que vaiou artistas brasileiros no evento. Enfim, a minha chatice queria ver o Herbert de short (risos). Fiquei pensando: “não dava para pôr uma calça que tirasse uma parte e virasse uma bermuda? Colocando tipo um velcro na parada?” Parece loucura, mas eu penso essas coisas (mais risos). Interessante que me incomodei com isso, e, por outro lado, não me importei com o fato de o ator que faz o Herbert ser canhoto e o Herbert original não. Aí também já seria chatice demais. Também não é para tanto (risos). Outra coisa, que tem a ver com essa estética de musicais. Sempre vamos ver uma parede dos atores no fundo, cantando as músicas e fazendo uns vocais. Sempre penso: “Não tem como fazer diferente isso não?”. E como é musical, tem alguns momentos que dão destaque para as pessoas mostrarem que cantam… que é o caso da cena da Vovó Ondina. Do nada, a Vovó solta a voz e vira quase como uma Neo Punk, dançando enlouquecida e gastando o seu canto. Diga-se de passagem, a atriz canta muito. Mas nem sei se gostei disso (rsrs). Sempre acho meio exagerado. Até porque estamos falando do musical dos Paralamas do Sucesso, cujo vocalista é bastante questionado em relação ao seu canto. O próprio Herbert brinca com isso. Ah, tem também em “Dos Margaritas” uns vocais preenchendo a música que não me agradou tanto. Eu preferia ouvir a música como ela é. Acho a canção tão potente por si só para ter algumas firulas meio que desnecessárias. No entanto, não sou o bambam do musical. Falo com paixão mesmo de quem curte muito a banda e pensa junto qual seria a melhor escolha. Mas tirando as minhas chatices, o espetáculo tem muito mais acertos do que erros. É muito legal como retratam o momento dos Paralamas no mercado Argentino, apresentando o Charly Garcia e o Fito Páez. Achei um plus interessantíssimo. E tem também o momento que Herbert retorna aos palcos, participando do show de Fito Páez no Canecão. Detalhe: eu presenciei ao vivo este momento tão emocionante. O momento do encontro do Herbert com a Lucy é lindo. E todo o desdobramento da história também. A cena com a canção “Alagados” é incrível. O momento do “Vamo Batê Lata” é delirante e traz também uma referência estética e sonora de outra artista, a Fernanda Abreu. Uma ótima sacada. E o lance da troca que o Herbert tem com o paciente amputado, serve também para se falar sobre inclusão social e da busca de melhorias para quem tem dificuldade de locomoção. Isso trouxe a visão real de quem passa por isso e proporcionou uma reflexão necessária e importante. Um grande acerto no espetáculo. No mais, vale muito a pena conferir “Vital - o musical dos Paralamas”. É divertido, emocionante e com clima de show. E eu, como um super fã dos Paralamas, lógico que ia prestar atenção em cada detalhe e sei que não daria para contar tudo, tim-tim por tim-tim, sobre a história da banda. Afinal, são mais de 40 anos de estrada. Por exemplo, o show de Montreux não teve citação. Um show importante e que resultou no disco D, de 1987. Mas as canções estavam lá, mostrando a força de uma banda, que podemos dizer que é a uma das mais bem sucedidas do rock brazuca. Como foi dito no final do espetáculo, teve um jornalista que questionou o fato de fazerem um musical sobre os Paralamas. Que bom que o espetáculo mostrou, na prática, que realmente tinham uma boa história para contar e que, com toda certeza, os Paralamas merecem uma homenagem como essa. Não é à toa que a banda já tem alguns documentários contando a sua trajetória (alguns!!! e eu já vi todos). Então, valeu todo o trabalho que tiveram para montar esse musical, que, sem sombra de dúvida, empolgou a todos que estavam presentes. Deu pra ver a alegria, ao final, de toda a equipe envolvida, confirmando que acertaram a mão ao realizar essa homenagem especial aos Paralamas. E que grande acerto a escolha do título: VITAL! Que tanto faz referência ao primeiro baterista dos Paralamas (que, inclusive, nos deixou em 2015 e isso é até representado simbolicamente no espetáculo) quanto ao fato de ser algo imprescindível, de suma importância, e que acaba sendo um grito de VIDA. Viva Os Paralamas e uma salva de palmas a toda equipe envolvida no espetáculo. *** Idealizado pelo produtor e diretor Gustavo Nunes (Turbilhão de Ideias) e por Marcelo Pires (escritor e diretor da Ideia da Silva), que assina a colaboração de texto nas mãos de Patrícia Andrade, o musical tem direção artística de Pedro Brício

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

PRA SEMPRE PAQUITAS - A SÉRIE DA GLOBOPLAY


E o Documentário Pra Sempre Paquitas? Claro que não vou ver! Nem tenho tempo pra isso. Aliás, eu nem via Xuxa. Já me achava meio velho pra isso. Eu era da geração Balão Mágico, isso sim. Com Simony, Fofão, essas coisas, cantando "somos amigos, amigos pra valer". Tinha uma poesia ainda, não era funk. Ainda se preservava a parte lúdica da infância. “Depende de nós, quem já foi ou ainda é criança, que acredita ou tem esperança”. Música de Ivan Lins, minha gente! Isso me encantava, tocava o meu coraçãozinho infantil... Agora Xuxa, não era pra mim. E na época mesmo já tinham polêmicas quanto ao programa, como o café da manhã da Xuxa que tinha tudo, bolo, sucos variados, queijo, presunto, o escambau. “Quem quer pão, quem quer pão que tá quentinho tá quentinho…” Aí a criança, pobre, desnutrida, no seu barraco, vendo isso com a barriga roncando. Complicado. Outra coisa era a loirice das paquitas. No documentário se falou sobre isso, que era uma exigência da Marlene Mattos. A Xuxa falou de uma certa paquita que teve que pintar o cabelo de loiro. E no meu feed circula muito sobre o tal documentário. E aparece essa paquita hoje em dia, dizendo que a obrigaram a pintar o seu cabelo de loiro, senão ela não apareceria no Faustão. E ela disse que foi muito doloroso isso. O interessante é vê-la, dizendo isso hoje, completamente loira. Porque mulher não envelhece, né, fica loira.  Teve também Bárbara Borges que fez um textão em sua rede social, falando dos abusos que as paquitas sofreram, principalmente as da New Generation. E isso pra mim é uma grande novidade, porque eu nem sabia que tinham categorias dentro do universo paquitence. Essas subdivisões! E Bárbara disse que Xuxa seguiu na sua omissão, cegueira e egocentrismo. Ou seja, babado! E no documentário parece que não tem a Andréa Sorvetão. Porque ela e as paquitas se desentenderam no grupo do whatsapp. Uma coisa assim. E lógico que tem a Xuxa aí e a questão política. Ou seja, resumindo, a Sorvetão levou o sorvete na cara e dançou, literalmente, do documentário. “Eu quero ver tindolelê e nheco nheco xique xique balancê”. Que p. é essa? E eu conheci uma ex paquita pessoalmente. Fizemos um curso de roteiro. Chegamos a conversar em um restaurante com outras pessoas que também fizeram o curso. E eu tinha a playboy dela. Não que eu comprasse playboy, mas a minha irmã fazia assinatura da revista e me dava. E as fotos dessa ex-paquita eram lindíssimas. Eu estou falando tudo isso pra dizer que teve a playboy famosa de uma ex paquita, que parece, na época, ela tinha 16, 17 anos. Essa eu comprei. E ela posou inclusive vestida de paquita, aquela roupinha toda, o chapeuzinho. Meio soldadinho do prazer! Estou falando da Luciana Vendramini, belíssima. Que lançou moda também do estilo do corte do seu cabelo. Mas o que me deixou chocado foi que... Luciana Vendramini nunca foi paquita! Parecia que ela era assistente de palco e se vestia como paquita. Ficou, sei lá, 8 meses em teste e não foi efetivada como paquita. Porém, foi bem esperta e cavou uma playboy, mesmo não sendo uma paquita oficial, né? Olha, sinceramente, eu fiquei “impaquitado”. Eu sei que a série está dando o que falar. Já teve o doc da Xuxa... Ou seja, estamos discutindo essa lourificação da cultura brasileira. Mas... A melhor coisa que veio à tona foi o vídeo da garotinha protestando sobre o fato de ter chegado cedo e não ter conseguido entrar para ver o Xou da Xuxa. “Que Xou da Xuxa é esse?” Isso pra mim já valeu tudo. Melhor meme da história. E essa menina ja tinha 40 anos nessa época. Já era líder comunitária em Guadalupe. Então eu termino aqui essa explanação com esse meme adorável. Beijinho beijo tchau tchau. 



VÍDEO QUE EU FIZ, COMENTANDO O DOCUMENTÁRIO 
PRA SEMPRE PAQUITAS

https://youtu.be/ix89mZf6Wa4




 

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

O poeta está vivo! Viva Cazuza!

 

Na segunda-feira, dia 2/09, em um evento fechado no Rio de Janeiro, teve o lançamento do box do Cazuza, composto por dois livros: "Meu Lance é Poesia", que inclui 238 poemas de Cazuza, sendo 27 inéditos encontrados no acervo tão bem cuidado de sua mãe, Lucinha Araújo, e "Protegi teu nome por amor", que é uma fotobiografia com mais de 700 imagens. Muitos artistas compareceram ao lançamento, como Gilberto Gil, Elymar Santos, Léo Jaime, a cantora Joana e o ator Daniel Oliveira, que interpretou Cazuza no cinema. Paulo Ricardo fez um Pocket Show onde apresentou algumas versões para as canções de Cazuza, que ele lançou em um EP, em 2018. 


E no dia 5/09, teve o lançamento para o público em geral na Livraria da Travessa, no Leblon. Estavam lá para autografar as obras, o escritor e poeta Ramon Nunes Mello, que é o organizador do acervo e que, durante um ano, debruçou-se sobre o vasto material de Cazuza; e Lucinha Araújo, a mãe do nosso poeta do rock. Foi uma noite especial e eu pude conferir o resultado deste trabalho muito interessante que ajuda a manter viva a obra do Cazuza. O box é uma realização da editora WMF. 

Dia 9/09 foi a vez de São Paulo receber o lançamento da obra na Bienal do Livro, no Salão das Ideias. 
























terça-feira, 7 de maio de 2024

VERDADES SOBRE A MADONNA

 


AINDA SOBRE MADONNA - Por Raul Franco


O que falar agora quando o furacão já foi? (Uns vão dizer: “Graças a Deus”, é claro. Os mais radicais e repletos de remorsos infundados dirão “Não sei para que veio”. E mais: “Não volte nunca mais”). Mas ela veio e fez história, agradando ou desagradando. E que impactante a não unanimidade! Afinal, como diria Nelson Rodrigues: “Toda unanimidade é burra”. 


Quero falar do ícone Madonna, da imagem, do símbolo… antes, vale dizer: “Nunca fui tão fã de Madonna assim”. Nunca mesmo. Mas acompanhei a sua trajetória e sucessos. Amo Live to Tell e Like a Prayer (e nesse show as duas músicas estavam coladinhas! Eeeba). E até chegava a dizer: “Prefiro Michael Jackson. Muito melhor”. E teve esse momento em que o mundo se rendia a esses grandes espetáculos, de luzes, som, coreografias e fantasia. Com o passar do tempo, recebia informações da Madonna por um parceiro de cena, um fã alucinado, que canta todas as músicas e faz as coreografias. Tanto que em uma das versões da minha peça “Casal Consumo” abríamos com uma música da Madonna. E foi incrível.  E também fiz outra peça, “Na Cama com Tarantino “, que pegava cenas dos filmes do Tarantino, como a famosa cena de “Cães de Aluguel”, onde assaltantes de banco discutem sobre do que fala a canção “Like a Virgin”. Muito bom. 


E Madonna está aí… O Michael Jackson se foi… infelizmente. Mas nem devemos realizar uma comparação infértil que enfatiza preferências. Não se traá disso. Mas são ícones. Madonna se manteve em uma carreira que já dura quatro décadas. Como se manter relevante por tanto tempo? Ela que abriu tantas portas na base da porrada mesmo. E mostrou que uma mulher forte, independente, dona de si, pode vingar na indústria do pop por muitos anos. E ela busca conciliar o mundo? Talvez… mas o nosso mundo é contraditório, careta, e muitas vezes, imbecilizado, ainda mais agora rendido a um aparelhinho de celular que dispara Fake News em uma velocidade estonteante. 

Então, Madonna não quer conciliar p#rra nenhuma. Ela quer fazer a sua arte e ter direito a isso. Ela que foi bombardeada ao longo dos anos por diversas pessoas, incluindo Camille Paglia (que tanto fez a minha cabeça nos anos 90) que a acusou de ser, algo como, um desserviço ao feminismo. Madonna refletiu sobre isso, discursou sobre isso e disse, no fim das contas, que, talvez, ela seja um outro tipo de feminista. Aliás… hoje o caos se dá quando muita gente ouve a palavra “feminismo”. Mais uma contradição, fragilidade e dicotomia desse mundo tão bizarro. 


Em suma, Madonna continua relevante, mesmo que nos últimos 20 anos não tenha lançado um disco tão bom quanto os seus primeiros. Continua sendo relevante por ter aberto portas para que outras artistas surgissem… parodiando Raul Seixas “Ela que foi a primeira e já passou tanto janeiro… mas se alguns querem… ela vai voltar”. 


Como Maria Madalena, ainda recebe pedradas e condenação. E é muito interessante ser amada e odiada na mesma intensidade. Chamada de velha… olha o etarismo nosso de cada dia!!!… e tem vídeo dela nem aí, dizendo… “Me chamam de velha. Quando vocês chegarem aos 65 a gente conversa”. E a “velha” está aí, causando. Dona do seu corpo. Coerente com tudo que já fez. Madonna é o tapa na cara do patriarcado. Cospe no machismo com elegância e um pouco de vulgaridade… por que não?! Madonna é uma mulher que goza… eba (beijos Flaira Ferro: “não tem coisa mais bonita nem mais poderosa do que uma mulher que brilha, do que uma mulher que goza”). E isso até me lembra um filme chamado Histeria (2011), onde as mulheres que eram diagnosticadas com histeria tinham como solução o gozo, o orgasmo. Aí estava a cura. O filme conta, inclusive, que a partir daí se deu o surgimento dos vibradores. Então, na incompetência do mundo masculino, que a mulher tenha o seu vibrador e goze, goze muito. A mulher com o seu gozo em dia não quer guerra com ninguém. E Madonna é essa mulher que goza, uma mulher orgástica dona do seu próprio orgasmo… ah, aí vem falar de “energia satanista”... ah, faça-me o favor! Não vem com citações bíblicas ou dizer que Deus condena isso. Deus tem mais o que fazer do que se preocupar com o show da Madonna. Por isso que se diz que Deus é até legal, o que mata é o fã clube. Madonna estava no seu show, fazendo a sua arte. Cobrem do pastor que estava no púlpito da igreja, dizendo que chama a filha de gostosa e que roubou um beijo seu. Cobrem lá. Isso sim. “Ah, isso é um absurdo para as nossas crianças”. Que criança estava acordada 22h30, vendo Madonna??? Aí é problema dos pais. 


Olha, bom mesmo ter tido Madonna aqui pra ver máscaras caírem e a hipocrisia reinar. O nosso mundo ainda está doente em N sentidos… nem vou mais esmiuçar ou citar coisas aqui. No entanto, se o nosso mundo está doente, que tenhamos válvulas de escape… que tenhamos Madonna. Posso dizer que fui a um show da Madonna e que dancei na areia de Copacabana e vi meus ídolos Cazuza, Renato Russo, Freddie Mercury e Caio Fernando Abreu no telão na linda homenagem em Live To Tell. E vi Michael Jackson e Madonna dançado juntos… A arte os aproximou e aproxima - ícones do nosso tempo. E quanto mais eu vejo e leio comentários discrepantes sobre ela e o seu show, mas eu fico fã de Madonna, essa adorável Vaca Profana. Que ela derrame o leite bom em minha cara e o leite mau na cara dos caretas. O resto é silêncio. 










sábado, 24 de setembro de 2022

SOU DO NORTE, SOU FORTE, SOU RESISTÊNCIA

 


Vou dividir com vocês arte da minha história recente. A história de um nortista, artista e sonhador.
Os últimos dez anos da minha vida foram intensos e cheios de transformações. Vou pincelar algumas coisas que me vieram ontem à tona ao pensar na minha vida de 2012 pra cá.
Em 2012 eu encerrava uma temporada de sucesso em São Paulo. Meu solo Saída de Emergência chegava ao fim em terras paulistas.
Em 2013 comecei a trabalhar um material para um novo solo que se chamaria Risotril (e ainda fui a SP fazer mais um show). Poucos dias antes da estreia recebi um telefonema do meu padrasto. Lembro que eu estava finalizando a arte do meu show. Era por volta de 23h30. Ele pediu para que eu fosse até sua casa. Corri lá. E já o encontrei no chão do banheiro já sem o movimento das pernas. Ele havia tido uma trombose. Depois de uma madrugada intensa fomos ao hospital de manhã. E o diagnóstico foi confirmado: câncer de próstata em estado irreversível. Aquilo me abalou profundamente. O meu padrasto era uma pessoal de vital importância pra mim, principalmente na minha trajetória no RJ. E dessa sua ida ao hospital, que foi em setembro de 2013, ele permaneceu em uma cama até a sua partida em outubro de 2017.
Bom, muita coisa aconteceu nesse período. E digo que a sensação que me dava era que minha vida estava suspensa. Eu vivia, mas também era uma vida onde eu não estava em minha potência máxima.
Em 2014 terminei um relacionamento longo. E foi difícil pra mim. Mas nem consegui sofrer, porque achava que a situação do meu padrasto era algo mais importante do que sofrer por amor. No período da minha separação ainda fiz algo bem legal que foi participar da gravação do DVD comemorativo de 30 anos da banda Biquíni Cavadão. Ou seja, tive que me focar no trabalho. Sem tempo pra dizer: "Adeus, amor, foi bom".
Em 2015 voltei a dramaturgia, fazendo uma peça teatral chamada Talk Radio e foi algo bem legal de se fazer.
Em 2016 segui trabalhando, fazendo peças e meu show de humor. Até que no final do ano em uma apresentação no Ceará eu decidi que não queria mais fazer shows de humor (estava me sentindo um farsante). E principalmente não queria mais fazer a Pantomima do Bochecha (quadro que fez com que muita gente conhecesse meu trabalho, considerado um dos primeiros memes da Internet). E cumpri essa decisão. Sou bem firme nesse ponto. Achei que era o momento de buscar novas coisas, novos voos. Sempre tive pavor de me repetir.
Em 2017 escrevi uma cena chamada Amor em 8 Tempos e participei de vários festivais no RJ, tendo indicações em todos, como melhor texto e melhor ator. Essa cena nasceu da atmosfera que eu criei quando escrevi o livro "Enfim, Separados!" que foi lançado pela Amazon no mesmo ano. A cena, por outro lado, gerou um novo livro "Juntos para Sempre" (que lancei em 2018) e um novo show "O Amor É Um Grande Espetáculo" (que se apresentou duas vezes em Belém e uma no RJ).
Em outubro de 2017 veio a notícia dolorosa da partida do meu padrasto depois de 4 anos acamado. Ali eu disse: "agora é o momento de começar vida nova".
Em 2018 fiz uma grande revolução em minha vida. Em março me converti ao budismo. E me dediquei muito ao processo de mudança que eu queria em minha vida. E olha como a vida é louca. Terminei aquele namoro longo em 2014 e nunca mais tinha visto a pessoa. Eu a encontrei duas vezes no mesmo março onde iniciei a minha revolução pessoal. Ou seja, não existem coincidências na vida.
Eu mentalizei que queria fazer grandes trabalhos na TV e principalmente no cinema, e fiz. Fiquei ainda mais potencializado.
Em 2019 segui com minha fé e perseverança sempre em busca de desafios. E sou muito grato a muitos acontecimentos desse ano, principalmente por ter vivido uma relação bonita e leve com uma pessoa.
2020 veio com tudo e ainda era uma surpresa para todos. Mais uma vez o desejo de revolucionar. E acabei terminando uma relação um pouco antes da pandemia e saí de dois trabalhos porque minha intuição disse que não era aquilo que eu devia fazer naquele momento. Obedeço a minha intuição, afinal, eu a lustro para que ela me dê sinais.
Bom, veio a pandemia. Aí foi revolução em nível hard. Eu me dediquei a tantas coisas para me equilibrar, como Reiki, constelação familiar, thetahealing e meu daimoku potente (oração budista).
Resumidamente, eu me transformei mais ainda. Tudo meu passou a ser pra ontem mesmo. Em 2021 foi além dos meus limites. Como meu lema é "Só a vitória me interessa" eu fui um incansável soldado. Lancei 9 e-books pela Amazon. Fiz diversos projetos online, de leituras dramatizadas, cenas, mentorias, etc. Lancei dois solos "Eu, Clarice" e "O dia que Luka encontrou Camila". Tudo online. E fiz um projeto audacioso em homenagem ao Renato Russo: "Eu, Renato Russo", que acabou virando 4 partes de dois episódios cada uma. Loucura, loucura! E tudo numa velocidade estonteante. A equipe? Apenas EU. Foi extremamente cansativo, mas isso me potencializou muito.
2022 está aí. E já foram tantos ensinamentos. A volta das apresentações online, novela, série... E o principal é o que está acontecendo agora, o meu novo solo EU TINHA TUDO PRA DAR CERTO. Que nasceu em menos de um mês e é uma realidade. Graças ao convite da produtora Deise Reis.
Claro que resumi tudo. Porque a história é muito grande e cheia de detalhes. E aqui estou, grato a tudo, a cada ensinamento, a cada vitória, tropeço e recomeço.
Tudo meu é pra ontem. E só existe o agora. NMRK!
Eu precisava compartilhar isso com vocês.
Sinto-me leve e feliz.
E sim, eu dei certo!


segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Rock In Rio 2022

Rock'n'Rio

Hahaha... Ok, não fui pra este Rock'n'Rio. Esta minha foto é da edição de 2019. Eu queria tanto ter ido, mas não deu. Amo festivais de música. Mas nessa edição eu estava ensaiando direto e não sobrou um tempinho (e $ também rsrs) para ir até a cidade do rock. Acompanhei pela TV o que pude. Corri pra ver shows que foram postados no YouTube e que não pude ver na hora que rolou.
Bom, de cara digo que achei esta edição a mais fraquinha, com pouca coisa surpreendente. Pra começar, vou falar de ontem. O dia de ontem foi o dia que menos combina comigo. Assisti alguma coisa e o que vi acho pasteurizado demais, com pouca inventividade, tanto em música como em show. É o caso da Rita Ora. Que show mais morno, meu pai! Parece que só levantou quando entrou Pablo Vittar. A rapper que entrou depois fez um show simples e com algumas barrigas, que foi quando ela chamou a plateia no palco. Mas a noite fechou maravilhosamente bem com Dua Lipa (queria muito ver o show dessa menina e gostei. Acho-a talentosa e com hits poderosos).
Agora vou falar no geral. Gente, o que foi o show do Coldplay???? Cara, inenarrável. Surpreendente do começo ao fim. E foi uma noite de intensa chuva. O vocalista tirou de letra e se conectou com a plateia. Noite linda
Billy Idol foi um show que não deu liga. E ele até se perdeu na letra e no tom de Eyes Without a Face (a famosa "vou ajudar um peixe"). Uma pena.
Green Day foi legal pra mim. Apesar de ser uma banda dos anos 80 eu não tenho muita familiaridade. Mas gostei do som e da energia.
Iron Maiden foi o primeiro show que assisti. Dei uma pausa no meu ensaio e fui conferir. E acho impressionante a força, o vocal e a energia de Bruce Dickinson. Com certeza, um dos maiores frontmans da história do rock. Show perfeito. Com performances, surpresas e música f#da.
Guns'n'Roses. Vale pela lenda. Acho que só estar na Cidade do Rock e ver o Slash solando acordes clássicos já vale o ingresso. E tem a nostalgia pra quem é fã. Apenas isso.
Gente, a tal da homenagem ao Rock In Rio 1985 achei constrangedora. Pra começar com o nervosismo de Ivan Lins. Se não fosse o Xamã puxando palmas teria sido pior. Falha no som, combinações desencontradas. Tudo bem, valeu a intenção
Cara, eu me surpreendi com Djavan. Que show lindo. Pura energia e coisas especiais compondo a apresentação. Valeu tudo que rolou.
Maria Rita também fez um show poderoso, com energia e vontade de estar no palco.
Jessie J. estava nesse festival, sabiam? Cara, não ouvi ninguém falar dela. E é uma cantora que amo. E posso dizer que foi a melhor cantora desse festival, tá? E a colocaram numa quinta no palco Sunset. Essa merecia o Mundo, sem sombra de dúvida.
Justin Bieber. Foi um cara que me ganhou na pandemia e passei a prestar mais atenção. Achei bonito o show, principalmente pela mensagem que ele passou. E acho que, mesmo com todas as dificuldades pelas quais ele está passando, deu conta do recado. E a sua banda é muito boa. Músicos extremamente competentes.
Agora bandas que queria muito ver e que amei.
Maneskin. Que energia linda e espontânea dessa banda. Puro rock e alegria. Não fizeram feio nessa estreia no Rock'n'Rio e ainda tocaram o hit que bombou no TikTok: Beggin'.
Bastille. Minha nova banda favorita. Que show, que canções, que esplêndida performance. Gostei de tudo.
Agora tivemos mais uma vez Capital Inicial. É a oitava vez que eles tocam no festival. Legal. Mas achei mais do mesmo. Nenhuma surpresa. Tudo igual. Hits que levantam a galera, mas ok. E só.
Bom, acho que eram essas coisas que eu gostaria de falar. Minhas impressões. E, escuta Universo, em 2024 eu vou em pelo menos 3 shows, pra comemorar meus 50 anos. Kkk
Ah, e Anitta sendo irônica?! Acho que deu uma inveja nela ao ver Ludmilla brilhar rsrs Deixei Ludmilla por último só pra fazer este comentário. Kkk