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segunda-feira, 27 de abril de 2020

Minha Quarentena de Antena Ligada - Raul Franco



Nesta quarentena resolvi fazer algo diferente... (risos). É verdade. Virei quase uma Luísa Marilac da quarentena, querendo revolucionar. Um processo interessante e delicado em pleno estado de alerta mundial. Segura aí, que vem a explicação.

Eu já estava em um processo muito intenso de autoconhecimento, buscando meditação, mindfulness, thetahealing e yoga. Uma verdadeira salada para realizar uma grande transformação em minha vida. Não queria pouca coisa, queria o algo maior. Aí veio o Corona Vírus lá da China pra dizer: “Olha, tô chegando, melhor vocês se esconderem. Senão, bau bau...”. Sim, ele disse bau-bau ou alguma coisa em chinês que eu não entendi direito. No entanto, ficou claro que o bicho ia pegar. Então, pensei: “Calma, pára, respira, reflete e não pira”, meu mantra de salvação. Comecei a ver que eu já estava fazendo algo profundo por mim. Eu já estava fugindo de muita coisa pra dentro de mim. Então, com esse episódio, acabei vendo que não era o fim, mas a chance de me desafiar cada vez mais. Ou seja, eu não estaria mais só procurando estar dentro de mim. Mas estar dentro de mim dentro da minha casa.

E tudo se deu em uma data simbólica. Sexta-feira 13! Saí à noite (mal eu sabia que seria a última que eu daria as caras em festas) para comemorar o meu aniversário, que foi dia 14/03. Então, eu estava na rua para celebrar o início de um novo ciclo. Beijos, abraços, apertos de mãos (os últimos desses dias). E agora viria a clausura. Ok, tudo bem, afinal sou peixes. Basta eu pensar que realmente estarei no meu aquário particular. Huuum, melhor dar uma aquecida na água, porque dizem que calor não é o forte deste Corona aí. Tem que pensar em tudo, não dá pra vacilar.

Estando no aquário, agora eu teria que organizar as tarefas. Por incrível que pareça, nunca me vi tão organizado. Com hora para acordar, para produzir, para meditar, orar e bater panela (ainda temos isso em plena quarentena).

Como tudo coincidiu com este meu momento especial de autoconhecimento, eu acabei mesmo pensando que a lembrança que eu quero ter dessa quarentena (e que não tenham outras) é de um momento de escolha. Como se, em um momento difícil, não só para o Brasil, mas para o mundo, eu tivesse resolvido fazer um grande processo de cura. Então, mais a frente, quero olhar pra trás, depois que tudo estiver resolvido e as pessoas estiverem em paz e melhores, e sem Corona Vírus, e poder dizer: “Olha, naquele momento de quarentena, eu quis revolucionar a mim. E, curiosamente, a própria situação em si revolucionou as pessoas. Não seremos jamais os mesmos daquele momento. Porém, ele foi realmente importante para que algo em nós definitivamente mudasse”.

Em suma, afirmo que esta quarentena definitivamente não está sendo um problema. Está sendo uma missão! Que vençamos, então!

sábado, 4 de abril de 2020

Processo de Cura



Quando eu cheguei com as pessoas e disse: “Estou em processo de cura”. Elas me olhavam assustadas e perguntavam: “Como assim? Você está doente?”. Logo eu respondia: “Vivemos em uma sociedade que está doente. E uma sociedade doente produz indivíduos doentes. Devemos ser a nossa cura”.
Soa estranho a gente dizer que está buscando a cura quando, aos olhos das pessoas, parecemos saudáveis. Só que, se olharmos com carinho para dentro de nós, se mergulharmos no nosso EU, vamos compreender algumas fragilidades, alguns bloqueios e até traumas que insistimos em esconder. E que podem estar afetando a nossa vida.
O processo de cura é uma caminhada mística. Posso não saber onde ela vai me levar, mas só de estar neste percurso já está sendo enriquecedor.
O meu olhar deve estar atento a todos os sinais. Eu fiz essa escolha, buscando simplesmente me melhorar, evitando ciladas do ego e medos atrofiadores.
Então, sigo nesse constante desafio de olhar as sombras para mais tarde entender e saber ser luz, depois de acolhida as dores. Só assim podemos ser maiores e cada vez mais próximos do que somos em essência. Sigamos.