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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Como ter o seu próprio livro? Como se autopublicar?



Quando a gente começa a escrever, obviamente, logo a gente pensa em reunir tudo em um livro e lançá-lo para que, assim, o leitor tenha acesso a sua obra.

Li uma vez algo curioso, que dizia que quando a pessoa pensa em escrever um livro, ela, imediatamente, pensa em um romance, mas ela acha bem complicado. Aí ela parte pro conto, pensando que pode dar conta (olha o trocadilho infame!). Por fim, ela vai para o poema, acreditando ser o gênero mais fácil - o que é um ledo engano. O poema é um dos gêneros mais difíceis, é o poder da síntese de ideias e emoções.

Escrever é antes de mais nada, cortar palavras - já dizia Drummond. E antes de pensar em ter um estilo, comece por ter estilho nenhum - isso quem disse, se não me engano, foi Vinícius de Moraes.

O que importa mesmo é que escrever é um exercício diário. Quando mais você escreve, mais você vai entendendo o seu processo, a sua forma de ver o mundo. E escrever pode ser tudo, algo como uma terapia também. A escrita tem esse poder libertador - é como lançar no papel tudo que nos habita e muitas vezes nem nos damos conta.

Eu lancei o meu primeiro livro aos 22 anos. Era um livro de poemas, intitulado Cicatrizes, e reunia basicamente o que eu havia escrito nos últimos 4 anos, enquanto eu frequentava o curso de Ciências Sociais. Mas, antes mesmo, eu havia feito um livro todo na máquina de escrever, a que eu dei o nome de Acumulações de Perturbações Poéticas - e tinha uns cortes, umas colagens, umas coisas escritas com canetinha. E, de posse deste livro, foi a primeira vez que fui conversar com uma amiga da minha mãe que era era uma consultora de uma editora. Ela lançava livros direto e me deu boas dicas. Eu devia ter uns 19 anos. Logo depois, aos 20, minha mãe comprou um computador da IBM, um moderno 486 (isso no ano de 1994). Quando comecei a produzir no computador, fiquei louco. Aquilo já tinha cara de arte final. Deu-me um entusiasmo profundo. Tanto que em 1995, fiz um livro inteiro no Paintbrush - porque também dava pra criar uns desenhinhos - que se chamou Indecências. Também de poemas. E eu imprimi, cortei no formato que eu queria e fui até um lugar para encadernar. Fiz uma porção. Aquilo era uma reinvenção dos poetas marginais da década de 70, que faziam os seus livros no mimeógrafo e vendiam em bares. Eu fiz os meus assim e vendi para muitos colegas e parentes. Foi uma experiência boa, que me ajudou a circular a minha obra.

Depois comecei a escrever para o jornal da minha Universidade - UNAMA, em Belém do Pará -, muitos poemas, crônicas e artigos. E vi o resultado do que achavam, através de feedbacks bem interessantes pelos corredores da Universidade - uma época sem redes sociais ainda. Eu era abordado ali e recebi muitos comentários e troca de ideias fantásticas.

Então, pra encerrar o meu tempo na Universidade, recorri a mesma para conseguir patrocínio para o meu livro, Cicatrizes. E consegui. Ele foi lançado lindamente em um dezembro de 1996 (e terá uma reedição em breve, comemorativa de 20 anos).

Depois disso, muita coisa mudou. Eu vim morar no Rio de Janeiro. Investi na minha carreira de ator. Continuei escrevendo como nunca. Cheguei a fazer mais dois livros, um de poemas e outros de crônicas, mas não cheguei a lança-los. Porque também eu já escrevia minhas peças teatrais e tinha uma resposta imediata, já que elas eram levadas ao palco. Assim foi com Casal Consumo; Todo mundo amplia a paranoia que cria; Sexo grátis, amor a combinar; Quando o amor é um pastel de carne para corações vegetarianos e Crônicas do amor mal amado, dentre outras.

Fiz também muito stand up, escrevendo os meus próprios textos e roteiros pra TV, youtube e cinema.

Só em 2015, retomando um dos arquivos do meu computador, vi que tinha uma ideia de livro interessante nele. Comecei a mexer novamente naquilo e nasceu o Enfim, separados - tudo a ver também, porque eu havia acabado de me separar. Poderia me amparar na literatura também, como forma de dar um respiro n'alma.

Pesquisei, então, diversas formas de publicar. Cheguei até a Amazon, uma plataforma bem interessante. E pensei em um livro digital. Por isso, estudei como era o mercado de livros digitais no Brasil, os famosos e-Books. E achei que poderia ser algo interessante. Lancei alguns contos por lá, como teste. Mas ainda não sabia direito como funcionava a plataforma.

Só neste ano que fui retomar tudo e ver mesmo como lançaria o livro. Aí volto a Amazon e vejo que tem também como se fazer o livro físico - só que este é só em plataformas do Japão, EUA, França, e outros países. No Brasil ainda não tem. Então, formatei o livro inteiro, criando o sumário, a diagramação, escolhendo as fotos que o ilustrariam, fazendo capa. Segui, assim, o processo ideológico do autor que se autopublica - uma nova tendência.

Deixei o livro lá na Amazon pra ver o que acontecia. Fiz algumas promoções por lá, divulguei nas redes sociais. Isso por volta de julho. Até que vi que 51 pessoas haviam baixado o livro digital. Isso me deixou feliz, mesmo querendo ver o lance do livro físico, porque parece que o digital você não tem muito aquele contato tão precioso que se tem com um livro físico.

Mas aí, vem o melhor. Uma amiga dos Estados Unidos acessou o site da Amazon de lá e comprou o livro físico. E fez um vídeo onde me mostrou o seu marido folheando o livro, com a legenda: "Não é foto não, hein? É o livro em mãos". Aí deu aquela emoção. Ver que o livro realmente existia.

Eu já tinha um show de humor marcado em Belém do Pará para começo de agosto. E como postei nas redes sociais sobre o novo livro, além de ter feito algumas lives, as pessoas começavam a me perguntar por ele. Então, resolvi fazer uma pequena tiragem para levar para Belém e vender por lá. Foi aí que encomendei 30 livros apenas. E os vendi no show. Todos! Foi bem legal. Deu uma certa injeção de ânimo. Ainda pude dar uma entrevista em um programa local, Sem Censura Pará, e falei sobre os processos da autopublicação, bem como o financiamento coletivo para conseguir viabilizar sonhos que poderiam morrer nas gavetas. Saíram duas matérias incríveis em jornais de grande circulação, além de diversas notas.

Ou seja, o livro é uma realidade. Quem quiser conversar mais sobre isso, sobre como se autopublicar, tirar dúvidas, dar sugestões, este é meu e-mail : raulfranconeto@gmail.com.

E também fiz uma campanha de financiamento coletivo que está há vinte dias do fim, como forma de viabilizar mais uma tiragem do livro, e ainda vou estudar novas propostas.

Link para a campanha - https://www.kickante.com.br/campanhas/livro-enfim-separados-de-raul-franco

Colabore, participe, compartilhe, VIABILIZE SONHOS.

Obrigado, Raul Franco.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Desconstruindo Lobão



Hoje vi alguém compartilhar esta matéria de julho, do site Correio do Poder, onde Lobão fala que quem defende Lula "está abaixo da linha de demência".

O link é esse: http://www.correiodopoder.com/2017/07/lobao-causa-polemica-ao-dizer-que-quem.html

Como todos sabemos, Lobão vive de polêmicas, não é mesmo? Adora falar o que bem quiser, e acusar a todos de tudo, como se o único gênio que ainda existe neste mundo é ele, o sempre lobo solitário.

Mas vamos lá para algumas considerações - algo que eu queria fazer há algum tempo e pego esse assumto para dissertar sobre.

O Lobão pode falar o que quiser, de quem quiser. Mas, sinceramente, o Lobão é o sujeito mais contraditório do planeta, que vive de alguns vacilos, respaldados em uma retórica admirável de quem consumiu alguns livros.

Mas, cara, o Lobão já cantou na Globo, em pleno dia de votação pra presidente, e dentro de um refrão da música dele, mandou: "Quem vai votar/ É Lula lá". O cara apoiou Lula, fez campanha pra ele em dia de votação, quando não é permitido, muito menos na TV - uma irresponsável boca de urna, um verdadeiro delito eleitoral! Agora execra o Lula e o PT. Beleza!

Lobão era o cara que menos queria ser associado aos anos 80. Rejeitava o rótulo de roqueiro. Falava mal, principalmente, do rock dos anos 80. Aí, foi convidado para fazer um livro e resolveu fazer o dever de casa, ouvindo os discos dos anos 80 que ele disse que nunca ouviu. E acabou fazendo um livro onde elogia os artistas da sua geração e agora está gravando um disco, fazendo uma releitura de alguns clássicos dos anos 80.

Em seu primeiro livro autobiográfico, falou mal de Herbert Vianna, acusando-o de o plagiá-lo e apresentou algumas coincidências. Muitos artistas saíram a favor de Herbert, como Thedy Corrêa e Leoni.

E agora, o "grande" Lobo gravou a canção Lanterna dos Afogados. De quem? De Herbert Vianna. Obrigado e boa tarde, né?

Então, quem pega esse discurso para alimentar também o seu ódio por Lula e PT, é de uma puerilidade sem tamanho.

Ah, recordo que o próprio Lobo disse que sairia do país caso Dilma fosse reeleita. E ela foi. E Lobão não deixou o país, como prometido. Ou seja, Lobão é um divertimento para pessoas meio que bitoladas que desconhecem o seu passado.

E nesta matéria eu vejo uma foto de Lobão e Tico Santa Cruz. Aliás, não ouço uma canção boa do Tico, acho, há uns 15 anos.

Enquanto isso, Herbert lançou um disco novo com os Paralamas com músicas bem legais - recomendo! Sinais do Sim.

Enfim, foi o meu desabafo. Acho que ainda farei um vídeo, intitulado DESCONSTRUINDO LOBÃO.

E vale duas ressalvas: Não sou defensor de Lula e já fui muito fã de Lobão. Só pra saberem.

Lobão, meu querido, não queria detoná-lo, mas agora foi maior que eu!

Com amor,

Raul Franco

domingo, 24 de setembro de 2017

Resumo do Rock in Rio

Resumo do Rock in Rio 2017:

A primeira noite foi pulsante. Ivete empolgou. Carismática até a alma. Fechou bem com Maroon 5.

Segundo dia.

Rael e Elza Soares me empolgaram no palco Sunset. Elza é um fenômeno da natureza!

Miguel convida Emicida - foi incrível. O som do cara é muito bom.

Palco Mundo abre com Skank - show legal, empolgante. Não sou fã do Skank mas achei bem interessante.

Shawn Mendes mostrou a força da juventude com talento. Gostei.

Fergie - é o tipo do show que eu digo MUITO BARULHO POR NADA. Ainda chamou a Pabllo Vittar que conheci neste festival. É, bem... Melhor nem falar. Quando se trata de lacre, fica só no lacre mesmo.

Marron Five fechou novamente. Empolante. Ainda bem que tiraram Garota de Ipanema. Foi legal a homenagem no primeiro dia, mas ficou estranha.

Domingo, 17/09

Vamos falar sério agora?

Nile Rodgers lacrou a porra toda! Foda-se!
Frejat arrebentou com um show pulsante.
Walk the Monn muito bom. Mãos pro alto, alegria e energia.
Alicia Keys - correta e deslumbrante.
Justin Timberlake - show pop da melhor qualidade.

Segunda semana!!!

Esqueça tudo que foi visto antes.

Scalene - de Brasília para o mundo. Banda legal. Sons interessantes e o vocalista canta bem.

Fall Out Boy - amei num grau.

Deff Leppard - foi bom ver. Um heavy com uma pegada brega.

Aerosmith - incrivelmente fodástico.

Sexta-feira, 22/09

Teve Ney e Nação Zumbi - nota 7.

O palco Mundo abriu com Jota Quest - Ok... Vamos ao que interessa.

Alter Bridge - Muito legal.

Tears For Fears - um show muito legal e interessante.

Bon Jovi - Dormi durante. Achei chato!

Sábado, 23/09.

Teve Bomba Estéreo no Palco Sunset - uma bomba.

Mas teve depois Cello Green + Iza - fodástico.

O palco mundo abriu com Titãs - show incrível com um desfile de energia e hits - muito bom.

Incubus - banda bem legal com uma pegada rock interessante.

The Who - um show incrivelmente emocional.

Guns N' Roses - Achei foda. Slash brilhou como um cão. Dane-se quem falou da voz de Axl. Show de 3h49.

Última noite.

Sepultura no palco Sunset. Só assim pra eu ver Família Lima. Show incrível!!!

Capital Inicia abriu o palco mundo. Legal. O bom que Dinho discursou pouco (detesto quando ele fala).

The Offspring - fui ao supermercado. Achei chato, datado! Não conheço muito da banda.

30 Seconds to Mars - sou suspeito pra falar. Amei. Show incrível. Melhor que a outra aparição no RIR. Energia, som, carisma.

Red Hot fechando o RIR - Empolguei-me no início. Mas sempre durmo no final. Red Hot definitivamente não me empolga ao vivo.



ACABOU!!!


sábado, 23 de setembro de 2017

O BOM E VELHO TITÃS - por Raul Franco


Titãs entrou no palco do RIR e mandou ver. Mostrou que música de qualidade não envelhece e que o nosso bom e velho rock'n'roll continua mais vivo do que nunca.
Apenas três remanescentes da formação original: Sérgio Brito, Tony Belloto e Branco Melo. E a aquisição de Beto Lee nas guitarras foi um acerto - o cara manda muito e é muito gente boa. O baterista Mário Fabre está de parabéns, agora mais integrado com a banda, garantindo as pegadas geniais que são a marca dos Titãs. Destaque para a sua marcação em Bichos Escrotos, dando um up a mais na música.
Claro que vou sempre sentir saudade de Arnaldo, Miklos, Nando e Fromer. Mas o repertório dos Titãs é imbatível. E quando eles apostam na pegada rock, não tem pra ninguém. O instrumental está ótimo e as letras continuam incrivelmente atuais.
Ainda mostraram 3 músicas no evento do atual trabalho que deve ser lançado ano que vem - ÓPERA ROCK. As 3 muito boas. Destaco ME ESTUPREM, com uma letra irônica e forte sobre um assunto tão sério e atual. E músicas novas são muito importantes para uma banda seguir em frente e não ficar apenas atrelada ao passado - mesmo os Titãs tendo um passado esplêndido, uma trajetória incrível.
Hoje Titãs representou e muito a geração do Brock Anos 80.
Viva Titãs!

sábado, 16 de setembro de 2017

Momentos do Amor em 8 tempos no festival de cenas curtas Niterói em Cena









Cena: AMOR EM 8 TEMPOS
Texto: Raul Franco
Direção: Carmen Frenzel
Com: Raul Franco e Gizzela Mascarenhas.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

"OS MILITARES COLOCARAM ORDEM NO PAÍS"



Colocaram sim. E mataram uma galerinha. Mas o que é matar uma galerinha, né? O que é afundar o país num obscurantismo, né? Era legal eles decidirem o que você deveria ler e ouvir. Você vivia a mercê das decisões dos militares, com uma linda liberdade vigiada. E tudo isso, amigos, era pra nossa segurança. Os militares nos carregavam no colo e, acredito, muitas vezes nos davam de mamar. Era tanto zelo que me arrepia só de pensar.

Ah, tem aquelas histórias todas, de depoimentos de ex-torturadas no filme de Lúcia Murat: Que bom te ver viva. Que eu devo ter visto umas 5 vezes nos meus 15 anos. Talvez, sei lá, talvez... por isso, por ver mulheres emocionadas, chorando, falando o quanto tremiam diante de uma lagartixa; não que elas fossem virar um jacaré, mas, pelo simples fato, de que os torturadores esfregavam o bichinho em suas vaginas. Coisa leve, né? Mas isso tudo era pra nossa segurança!

Com o AI-5 eles tiveram toda a legitimação para justificar as suas atrocidades. Era lindo! Batiam na sua casa e te pegavam pelo braço, sem ter direito a defesa e te levavam para prestar depoimento e, muitas vezes, sumiam com você, mas sempre defendendo a ordem e os bons costumes. E quando eu digo sumiam, é tipo, sumir mesmo, do mapa, inclusive. Saca Eliza Samudio? Isso mesmo.

O país devia ser uma maravilha de 1964 a 1985. Tanto que não sei porque a Alice não se mudou pra cá.

Aconteciam coisas bacanas: tipo, o pai do Marcelo Rubens Paiva ser morto. O filho da Zuzu Angel também. Ela mesmo morreu em condições controversas - ah, uma morte a mais, uma morte a menos, vai fazer diferença? O jornalista Herzog foi morto e ainda tentaram simular um suicídio, inclusive, colocando um canudinho em seu pênis porque armaram um cenário de enforcamento - ou seja, a galera era criativa também. Diversos artistas e outras personalidades foram obrigadas a saírem do país, como Caetano, Gil, Betinho, dentre centenas. Músicas foram proibidas. Arranharam, por exemplo, duas faixas de um disco da Blitz, porque as canções foram vetadas, já que "eles" supunham que aquilo não poderia ser ouvido (apenas alguns acontecimentos desse país de uma época maravilhosa). Ah, quem sabe se houver Ditadura de novo, você será proibida de ler aquele livrinho erótico no cair da madrugada. Porque se eles cismarem que você se excita com isso, você estará criando um problema para a sociedade.

Mas, segundo Zezé di Camargo, na sua sapiência de pensador sertanejo, o militarismo deve voltar para reorganizar tudo e devolver de volta um país "DECENTE" (será que mulheres poderão usar minissaia?).
Querem armas e canhões, com amor e carinho.

Em breve, acredito, depois de fechamento de Universidades (acho que estudar hoje em dia, virou um ato comunista) vão pedir a queima de livros em praça pública.

Pensar pra quê? Vamos voltar a um mundo preconizado por Orson Orwell, no livro 1984... Ah, desculpa, é um livro. Pode ser muito perigoso ler hoje em dia!

Ah, deixem-me eu me apresentar. Eu me chamo, Raul Franco, e peço que queimem este texto depois de ler (ou denunciem; de preferência, alegando alguma coisa religiosa, isso tem um poder incrível e pode surtir efeito). 

OBS.: Este texto contém altas doses de cinismo moderado. Algumas mentes podem não captar o caráter abstrato de algumas metáforas.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

TRISTE RETRATO DO PAÍS - RAUL FRANCO



Uma universidade no Rio quase fechando as portas.
Empresas tradicionais, com anos de existência, fechando as portas.
Um buraco gigantesco no meio da sensatez de quem nos governa.
Tanto roubo, tanta cara de pau, tanto rabo preso; tanta gente conivente com as falcatruas.
Prendem e soltam. Delatores premiados ainda usufruem de regalias.
Quebraram o país com pauladas de sem vergonhice.
Estrangularam a justiça.
Compraram silêncios.

Quadrilhas de colarinhos brancos tomando champanhe e caviar, vendo o povo ralar e se estrepar e ainda morrer por falta de atendimento médico nas filas de hospitais públicos.
No momento, nada funciona no País. E vem o vampiro-golpista dizer que o Brasil voltou a crescer.
Usurparam nosso país.

E tudo que queríamos era um transporte público funcionando, saúde, educação, saneamento, cultura, comida.

Não queríamos estar afundados na lama por conta de quem deveria, no mínimo, honrar os compromissos com a população que foi responsável pela eleição destes bandidos.
Palhaços de todos os jeitos nos governam, figuras execráveis como Wladimir Costa, que ainda mancha o nome da minha terra Natal. Um sujeito que, na cara dura, diz que o mandato é dele e ele faz o que quiser com ele. Ou seja, danem-se os idiotas que votaram nele.
Dane-se quem acreditou num país melhor. Dane-se quem é honesto no país. Dane-se quem vai ter que ser escravo a vida toda, porque tudo agora não faz sentido, todas as conquistas sociais vão pro ralo. Nosso bom senso vai pro ralo.

Quem ganha nesta guerra diária?

Como você se sente ao ver as notícias? Ao ver malas e malas, caixas e caixas de dinheiro roubado, escondidos em um apartamento? Ao ver o helicóptero repleto de pó que não pertence a ninguém?

Mentiras continuam sendo ditas na TV, na Internet, nas reuniões de cúpula, nas transações ocultas. Mandam matar e pessoas realmente morreram em situações, no mínimo, duvidosas.

"Primeiro a gente tira a Dilma, depois a gente tira o resto".

"Tem que mudar o governo para estancar essa sangria".

E como estamos? Como você está?

É duro ter que acordar todo dia, buscando acreditar que o nosso país ainda vai dar certo. Não quero que o país melhore pra mim, mas pra todos de modo geral. Pessoas que ralam, são honestas, que compram em mil prestações aquele presente especial que vai dar pro filho no Natal, que contam os trocados pra poder comprar uma lata de leite no supermercado, pessoas que comemoram quando tem um aumento de 15 reais no salário.

51 milhões apreendidos!!! E o governo vem e tira, veja bem, TIRA dez reais do salário mínimo. Ontem comprei uma lata de leite que foi dez reais. Dez reais não faz diferença pra quem roubou 51 milhões. Mas, pra quem tem fome, dez reais compra um pão, compra um leite, compra um biscoito. Roubam 51 milhões e roubam dez reais do bolso do trabalhador. Roubam e roubaram enquanto não puderam / não podem mais.

A coisa está no nível tão louco que, quando um cara rouba 200 mil, dizem: "Ah, foi pouquinho". Quase como "Nem prende esse que nem vale a pena".

Roubou o que seja, a quantia que for, mas que seja preso, que apodreça na cadeia.

Ande pelo país que você vai ver a quantidade de gente dormindo na rua. Ande e veja a quantidade de pedintes. Ande e veja a violência. É todo dia: morte, assaltos a mão armada, sequestros, esquemas novos para furtos e muito mais. Se o respeito não vem de cima, o que o cara, que está em sua casa, sem trabalho, com fome, os filhos sem escola, deve esperar???

Desculpem, mas dói isso tudo. Dói absurdamente dentro de mim. Às vezes, temos que ser muito fortes para continuar, persistir e não se entregar.

Não é por nada, mas se pegarmos o índice de suicídio nos últimos tempos no país, provavelmente deve ter aumentado. É muito duro ter que ver o rumo dos acontecimentos e não sofrer. Mais do que nuca estamos buscando FORÇAS pra viver neste país!

QUEREMOS / QUERO voltar acreditar!

Justiça neste país ainda teremos? Justiça social também?

Salvem o Brasil!

sexta-feira, 1 de setembro de 2017


A VOLTA DOS TRIBALISTAS - por Raul Franco

Eu esperei a volta dos Tribalistas, sentando em frente a TV, igualmente como fiz em 2002. E, se não me engano, o especial de 15 anos atrás foi bem mais tarde e eu estava lá, acompanhando tudo. Ambos na Globo. 

Em 2002, de cara, vi sucesso naquela música Já sei namorar - coisa que realmente aconteceu: a música arrebentou e todo mundo sabia de cor e cantava ininterruptamente.

Lembro que o disco de estreia foi bastante criticado: uns diziam que era um golpe de marketing, outros diziam que o som deles estava engessado em um formato, como se fosse música pensada para fazer sucesso muito mais do que pensada com o coração, coisas assim. O certo é que o disco também foi um fenômeno e ninguém passou indiferente a ele. Uns, por outro lado, amavam e achavam as canções "gracinhas", "graciosas", "lindinhas". Eu, como fã do trio, gravei o especial de 2002 em um VHS (olha como faz tempo!) e ouvia um CD pirata que minha ex-namorada havia comprado. E mais tarde, cheguei a fazer uma pantomima da música Velha infância. 

Mas, 15 anos depois, o que os Tribalistas trazem de novo? Hum, bem difícil essa questão. Em tempo de pouco inventividade e ousadia na música popular brasileira (eu odeio este termo), os Tribalistas poderiam ser um sopro de esperança. No entanto, eu me senti em 2002, ouvindo mais do mesmo. Podem dizer: "Mas é o estilo deles". Só que se passaram 15 anos (!), um mundo de coisas aconteceu, transformações no mundo em todos os sentidos, evoluções tecnológicas e tal. E sei que eles podem mais. Ou podiam mais (será que a criatividade se esgotou?).

Definitivamente, os Tribalistas não são os salvadores da música popular brasileira - tem coisa ainda que soa bem mais interessante e com "tesão". Falo tesão, porque ao ouvir todas as faixas, senti um certo "gozar de pau mole", como fala Lobão. Nenhuma música me inebriou e me deu um certo regozijo essencial que me despertaria de algum sono profundo. Algumas achei interessante o som e a estrutura, como Diáspora (a melhor do disco). E a dos "peixinhos" achei bonitinha. 

Posso falar dos Tribalistas, ou melhor, sinto-me a vontade quanto a isso, porque sempre fui fã do Arnaldo Antunes, principalmente; de comprar os discos, ir a shows. Até o último CD, Já é, eu comprei (o que é algo bem estranho hoje em dia: comprar CD). E Marisa Monte sempre me encheu os ouvidos. O seu disco Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-rosa e Carvão é um disco incrivelmente belo. E o Carlinhos Brown sempre o respeitei como músico. Volta e meia, os 3 se encontravam em parceiras para outros artistas, inclusive. São responsáveis por grandes hits.

Mas, voltemos a noite de ontem. Ao ouvir tudo, pensei que as canções do novo trabalho caberiam tranquilamente no primeiro e único disco do grupo, apesar de serem menos criativas, na minha opinião. E a quantidade de músicas também é menor do que o disco de estreia - de repente eles suaram muito pra chegar a esse número de canções para compro um disco e um especial para a Globo. A coisa é tão "mais do mesmo" que em um dado momento Marisa Monte diz: "Falta inventar uma palavra. No primeiro inventamos algumas". Eles ficam criando e Arnalda manda: "Tribalivre". E eles fecham com a palavra! Ou seja, nem eles escondem que é repetir uma fórmula mesmo. É algo mercadológico mesmo. É pra soar igual mesmo. Talvez, não seja música feita com o coração, mas música feita para o cifrão (rsrs). 

O que sei é que os três já funcionaram muito melhor em suas carreiras individuais. E deve ser isso, chegou um momento da vida que eles pensaram: "Vamos fazer um barulhinho bom de novo (alusão a um disco de Marisa), o Brown bate umas coisas aí, a gente escreve, Arnaldo declama algo no meio e a gente fatura". 

Os tempos são outros. Mas os Tribalistas foram congelados, descongelaram este ano e eles fizeram um novo disco, igualzinho. 

Você acha que tá ruim? Pode ficar pior, hein? Pato Fu vem aí com Música de Brinquedo 2! Com certeza, repetindo a fórmula que já deu certo (?) no outro disco que fizeram. Nada de novo no front!