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domingo, 31 de março de 2013

"Você deixou saudade"



Escrevi essas duas letras no dia da partida do Chorão. Acho que ficou bem a cara dele.

Minha forma de homenageá-lo.



Os Loucos Devem Saber (Raul Franco)

chorando sobre o leite derramado
o que fiz que possa parecer tão errado?
no fundo, você busca a mesma coisa que eu:
um velho coração cicatrizado

e você tem que dizer as coisas certas
o mundo espera que você
seja a pessoa mais esperta
mas não vou aceitar as tuas visões deturpadas
nesse mundo de ilusões muito bem propagadas

o seu caminho é você quem faz
todo dia a mesma labuta
a mesma luta desenfreada
e quem vai julgar
se você fez a coisa errada?

o que você sente quando está só?
o que você pensa quando está só?

eu sei, faço parte desse mundo, imundo
e não vou mudar meus sentimentos
para me enquadrar nesse sistema
que me quer mais ambicioso
contando as velhas moedas
que eu não levarei
no dia do juízo final

e afinal, o que é ser feliz?
se só ouço o que você me diz
se só faço o que esperam de mim

por favor, não dite regras
o dedo que você aponta
é o mesmo que vai te ferir

e no final sou eu quem vou sorrir
se o que falei era certo
eu não vou bancar o esperto
o que fiz, o que faço
só eu sei o que pode me machucar

debaixo dos teus pés
há um abismo
que não faz parte de mim

o teu cinismo em querer julgar
a minha malícia em querer me desviar
dessa conduta que não leva a nada

me leve daqui
para outro mundo
que não seja esse
cansado de iludir

estou cansado
agora devo partir
deixo o meu abraço
pra você que soube me ouvir


A Vida Ensina - Raul Franco

a vida ensina
é só ter percepção para aprender

o que eu fiz, o que eu faço
não é do teu agrado
mas quem você pensa que é
para não querer ser julgado?

faça o que falo
não faça o que faço
eu já sabia disso
muito antes de querer me expressar

mas você tem pressa em querer julgar
mas você tem pressa em querer julgar
então julgue os teus atos
antes de apontar o dedo
assim pensa o sábio
que não tem medo
de ser afrontado

o que faço não é segredo
sagrei-me campeão mesmo com os meus defeitos
sangrando eu contruí o meu castelo
pode não ser o mais belo
mas é meu
o meu castelo é meu

pense no que você irá dizer
há muitos ouvidos carentes de guia
o que falo alimenta o teu dia
o que transmito são versos da minha poesia
e apenas faço disso a minha arma
a busca por um mundo sem agonia

e não espere que eu me desespere
pra você dizer que estava certo
que o teu discurso era o certo

certezas são tão frágeis quanto a vida
se duvida, tente escrever tua cartilha
entregue para bons entendedores
e descanse em paz
descanse em paz

assim como eu descansarei