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quinta-feira, 22 de março de 2012

Um amor de poema

Um sábado desses chego em casa e me deparo com Maria Gadú no Altas Horas.

Quando a ouvi cantar Amor de Índio paralisei. É uma canção que amo e com Gadú ficou algo novo, mantendo a essência da canção e potencializando a sua beleza. Não me contive e acabei rabiscando coisas no papel - algo que fluiu instantaneamente. Como nos últimos tempos tô buscando esse algo que nasce espontaneamente e que soa quase como se fosse uma mensagem mediúnica, acho que devo dividir com vocês esse momento mágico.

Com vocês, meus retalhos de sábado.



Um blue

a gota cai no meio do mar
os círculos se fazem
é hora de expandir, meu amor

eu me vejo espelhado
nós dois espalhados
nesse mesmo cenário
peixes fora do aquário
livres na natureza em processo

eu te vejo em mim
nessa tarde sem fim
molhando e secando
o amor no varal da liberdade

e isso que sinto agora
é um sentimento sem idade
sem o tempo do vazio
sem remos e sem rio
na necessidade do existir

veja só, foi só uma gota
pra gerar toda essa intensidade
e desse mar faço casa
onde abrigo sementes
em tardes claras
em tardes quentes
eternamente seu
          no mar ou no céu
          no azul que se fez blue
          no verso do papel
          e no corpo nu



II  - [na tarde]

fontes e horizontes
parindo instantes
na tarde que arde
que reflete minha ânsia
como sorriso de criança
brincando com a borboleta
como o amor e sua seta
disparando em busca de corações

nossas emoções
gerando o ato
inventando a foto
pra depois comentar o fato
e alimentar o beijo

nesse março que se faz
em sóis de raios soberanos
derretendo a monotonia
dos tristes enganos

agora sol
nunca só
repousando a fantasia
na tarde que esteve longe de ser vazia

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